sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A moça

"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo, gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho é que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça.. ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário... por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo."
Caio Fernando Abreu

“Eu Amo Você”

E tô achando bom, tô repetindo que bom, Deus, que sou capaz de estar vivo sem vampirizar ninguém, que bom que sou forte, que bom que suporto, que bom que sou criativo e até me divirto e descubro a gota de mel no meio do fel. Colei aquele “Eu Amo Você” no espelho. É pra mim mesmo.




Caio Fernando Abreu
Viver agora, tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã. Mas o poço não tem fundo, persiste sempre por trás, as cobras no fundo enleadas na lança. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão?




Caio Fernando Abreu

Para um roxo dia de sol de fevereiro.

E hoje não. Que não me doa hoje o existir dos outros, que não me doa hoje pensar nessa coisa puída de todos os dias, que não me comovam os olhos alheios e a infinita pobreza dos gestos com que cada um tenta salvar o outro deste barco furado. Que eu mergulhe no roxo deste vazio de amor de hoje e sempre e suporte o sol das cinco horas posteriores, e posteriores, e posteriores ainda.







Caio Fernando Abreu

-Me beija. -Te beijo.

-Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
-Vou te escrever carta e não te mandar.
-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
-Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
-Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
-O tempo não existe.
-O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.



Meu Querido CAIO F.ABREU

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Fica? Passa? Vai? Volta? (...) Não sei nada, mas foi lindo.

Não sinto raiva, não sinto nada. Sinto saudade, de vez em quando. Quando penso que poderia ter sido diferente.



C.F.A

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

“Eu estou vivendo uma coisa muito boa. Aquela coisa que a gente suspeita que nunca vai acontecer. Aconteceu.” Caio Fernando Abreu.

Outra viagem

Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar — mentalmente, dormindo ou acordado — todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência. Não, não me atrevo. Então fico ainda mais confuso, porque também não sei se tudo isso não teria sido nem sonho, nem imaginação ou delírio, mas outra viagem chamada desejo.”




Caio F.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Deixa pra outro dia ...

"- Garçon, uma dose de amnésia e duas de desapego por favor.

- Vai uma de amor também?
- Não, não. Deixa pra outro dia!..."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

:D

Ele: Eu tô na casa de um amigão, tô tomando um cervejão, tô jogando um poquerzão e não vô agora não.


Ela: Relaxa amor, só liguei pra avisar que eu tô na casa da vizinha, tomando uma caipirinha, tá rolando a maior festinha, vou chegar de manhãzinha. E ah, não vou dormir sozinha.
'

Se eu pudesse fazer algo para você ficar comigo para sempre, eu faria. Você vale mais que muitas pessoas. 

Marley e eu

Sempre existem as três palavrinhas:





Eu te amo, eu te odeio, saudades de você, adoro seu sorriso, sonhei com você, você é tudo, vai se fuder, odeio essa música, você me irrita, te quero aqui e blá blá blá. Só que as únicas que você nunca deve dizer são: Eu vou desistir."

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Preguiça do mundo, preguiça de gente. Preguiça de mim.

Vontade de não me relacionar com humanos por uns dias. Bichos, tudo bem. E eu, que de mim não posso fugir. Quero ficar louca e solta, e não pentear o cabelo, e deixar a barba crescer. E meditar. E escrever. E respirar. E só comer frutas. E renascer.
Pra depois me acabar toda de novo, nesse ciclo shivariano que faz o mundo terminar e recomeçar a cada dia. Tem mesmo essa coisa Fênix. Não sei ainda porquê sempre tenho que me desfazer, me arruinar, ir até o fundo de tudo pra acordar no dia seguinte e renascer das cinzas. É como ter que ir até o inferno só para ter algo pra comparar com o paraíso."

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"(...) Ei, seu tonto, será que você não pode me olhar com olhos de devoção porque eu estou aqui quase esmagada com sua presença? Não, não dá pra dizer isso. Ei, seu velho, será que você pode me abraçar como se estivéssemos caindo de uma ponte porque eu estou aqui sem chão com sua presença? Não, você não pode dizer isso. Ei, monstro do lixo, será que você pode me beijar como um beijo de final de filme porque eu estou aqui sem saliva, sem ar, sem vida com a sua presença? Definitivamente, não, melhor não. Amor não se pede, é uma pena. (...) É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz.



(...) Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa?


Ele sabe, ele sabe."






Tati Bernardi

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

anota aí pro teu futuro: “os beijos bons precisam começar em nós.”

"Não sei onde foram parar aquelas minhas fantasias adolescentes sobre o amor. Acho que elas foram se despedaçando e indo embora junto com cada uma das pessoas que - perdoem-me pelo clichê piegas - partiram meu coração. E o mais ridículo é que mesmo sabendo que elas não passavam de fantasias adolescentes, no fundo eu ainda espero que alguém apareça e me diga "ei, olha o que eu achei na rua, suas fantasias adolescentes; quer de volta?"






Natalia Klein - Adorável Psicose

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

“Você me pergunta “sairei do buraco?”. Sairá, sim. Sairá brilhantemente. As coisas agora vão começar a acontecer, é meio tipo ímã, uma coisinha vai magnetizando outra e outra e outra, você vai ver.”




- Caio Fernando Abreu